A chegada de um filho e, principalmente, a volta para a casa, são marcadas por mudanças e novidades. O casal está sujeito a viver situações diferentes das que viviam, junto com algumas transformações.
Essas questões se tornam ainda mais intensas, quando vividas por papais de primeira viagem.
“Eles precisam estabelecer novos papéis e relações, para que possam agregar um novo membro ao núcleo familiar. Essa nova etapa da vida familiar trará como consequência mudanças nos costumes, como a proximidade com os avós, por exemplo”, explica a psicóloga, especialista em maternidade, Lidiane Chaves.
Nas primeiras semanas, em que quase tudo é novidade, existem momentos críticos em casa, e a parceria é muito importante nesse momento. “Quando o bebê chora e a mãe se estressa, é preciso que o pai pegue esse bebê, mesmo se não souber ao certo o que fazer”, explica a psicóloga.
Maternidade X Paternidade
A maternidade e a paternidade são vivenciadas de maneira diferentes. De um lado a relação delicada da mãe com seu filho, em que a emoção e atenção dessa mulher estão inteiramente direcionadas ao bebê. Consequentemente, ela “esquece” que existe o marido, e este, muitas vezes, é deixado de lado, momentaneamente. Dessa forma, o homem‑pai, que se torna espectador dessa situação, pode ter a percepção de que está ficando de lado.
Segundo Lidiane, para amenizar esse tipo de situação, o casal deve procurar perceber como ambos compreendem esse novo momento da vida familiar, principalmente, com relação aos sentimentos que tudo isso envolve. “A partir disso, tentar pensar no que o outro faria no lugar e pensar na subjetividade de cada um. Essa percepção pode viabilizar e otimizar as relações familiares e as tornarem mais saudáveis.”
Preocupação de mãe
Parece que a mãe está sempre mais preocupada que o pai, Lidiane conta que há uma explicação científica para isso. “Segundo Winnicott, o estado da preocupação por parte da mulher-mãe está como materna primária, e caracteriza‑se por um aumento da sensibilidade materna. É um momento de regressão, para que as mães possam captar os sinais e necessidades de seu filho. Esse estado especial da mãe começa no final da gravidez e estende‑se por algumas semanas, após o nascimento do bebê.
Segundo Lidiane, isso acontece devido a nova realidade, e até a transformação que envolve sentimentos como a felicidade e a admiração. Esta criança, estando nos braços dos pais, em sua família, já na primeira semana leva‑os a passar por mudanças psicoemocionais.